.

.

Ciúme doentio. O que fazer?


Veremos neste post algumas atitudes que podem ajudar no controle do ciúme.
Vamos, primeiramente, ver quais são os níveis de ciúmes para que você possa se posicionar na questão:

Ciúme excessivo. Quando se manifesta de forma crônica, com estresse ou depressão e não acaba nem mesmo com as provas de que o parceiro não é infiel, pode indicar necessidade de um especialista, nesse caso, um psiquiatra.
Ciúme intenso. Embora seja muito forte, a pessoa consegue se controlar. É caso de conversar com o parceiro e buscar aconselhamento.

Ciúme moderado. O mais comum. Aparece como uma reação à ameaça de um possível rival. Mesmo sendo moderado, ao invés de proteger pode destruir a relação.

Ciúme positivo.Quando o ciumento aceita a verdade de que todas as pessoas são independentes e livres. Este ciume pode ter um lado positivo e é capaz de levar o ciumento a ser melhor para o parceiro, inclusive pode aquecer o relacionamento.
Agora sim, vamos ver o que é possível fazer para buscar o controle do ciúme. Os passos propostos são os seguintes:

A admissão do problema por parte do ciumento.

Se alguém admite estar sofrendo com o ciumes já é uma boa notícia, pois é o primeiro passo para a solução. Sem isso não se tem como chegar a um controle deste sentimento. O problema é que a maioria dos ciumentos patológicos, não admitem e sempre transferem para o outro a culpa pelos fatos que se sucedem.
Agora, admitir por si só não resolve, é preciso partir para a ação concreta, estar disposto a encarar a situação.

Buscar ajuda.

Depois de admitir o problema, agora é buscar ajuda. Dependendo do nível de ciúme, pode ser necessário ajuda médica, no caso um psiquiatra, e medicação ( estabilizadores de humor e neurolépticos). Nos casos menos intenso, um conselheiro pode ajudar e muito.As fontes de ajudas são: A fé, a medicina, e o conhecimento.

Falar sobre o assunto com o cônjuge.

Geralmente o ciumento tem dificuldade de falar sobre este assunto e então se fecha, é quando pode manifestar doenças emocionais, pois o sofrimento é grande. Quando ele se abre com o parceiro sobre este sentimento se sente mais alíviado  e melhora compreensão por parte do outro, que pode se engajar na luta contra o ciúme ao invés de ficar com raiva ou desistir da relação.

Colocar-se no lugar do outro.

Sempre que nos colocamos no lugar do outro a nossa visão do problema tende a mudar. O ciumento colocando-se no lugar do seu parceiro, irá se aperceber que está provocando danos emocionais terríveis e que pode inclusive estar empurrando a relação ladeira abaixo. É difícil encontrar um ciumento que consiga fazer assim, mas com jeitinho, bom papo, é possível conduzir o ciumento nesse sentido para que compreenda o tormento em que está transformando a vida do outro. E por outro lado, a vitima do ciumento, quando se coloca no lugar dele pode melhor entender o seu sofrimento também.

Respeitar os sentimentos e as diferenças do outro.

E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também. Lc 6:31

Essa é uma premissa que os ciumentos não respeitam, têm um sentimento de posse da pessoa amada e o medo de perdê-la, ser traído ou passado para trás faz com que não respeitem esta ética. Não se pode robotizar pessoas, nem mesmo Deus se permitiu fazer isso conosco, as pessoas devem ser livres para escolher o que querem da vida, inclusive, para cometer erros se assim o quiserem. Caso seja um cristão, e tem muitos chamados bons cristãos que estão assim, sofrendo e fazendo sofrer por ciumes, é buscar na Palavra de Deus o entendimento.

Ter autoestima melhorada.

Uma senhora comenta que quando ela está de bem com a vida, sem sentindo bonita, feliz mesmo, o seu ciume diminui muito, porque ela se sente fortalecida, bela o suficiente para encarar qualquer rival que apareça pela frente, mas quando está com a autoestima baixa, então, o seu ciume se torna obsessivo. Então, fique bonita, elimine da sua vida aquilo que é possível eliminar para que se sinta bem e com auto confiança elevada. Faça dieta, pratique esportes, diminua o peso, se alegre, se aceite. Se é um homem, repense seus valores de homem, sua capacidade de prover e proteger e suas realizações, descubra-se como alguém que tem valores.

Não ser dependente de pessoas.

Muitas vezes a pessoa ama excessivamente, com um amor desmensurado, descontrolado, e esse amor leva a pessoa a se tornar dependente da outra, seja ela o marido, o filho, os pais ou outra pessoa. Elas dizem: " Sem ele eu morro, não consigo mais viver, minha vida acaba".

Tenho como receita para minha vida que as pessoas contribuem para o meu bem estar, preciso amá-las e ser amado por elas,  mas não podem ser elas que determinam a minha felicidade ou infelicidade. A minha dependência está Naquele que pode realmente me fazer felizs.Ele disse:

E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Lc 10:27.

Ele estava  nos ensinando com que medida devemos amar. Amar a Deus acima de tudo, acima do marido, da esposa, dos filhos, dos pais, e amar aos outros como a mim mesmo. O amor tem que ter seus limites também. Quando ocorre uma inversão, onde se ama mais a criatura do que o Criador, as coisas começam a dar errado, o ciúme é um desses erros.
Não coloque o cônjuge acima de Deus porque ele não é Deus, não faça dele um objeto de idolatria, entenda que ele é um ser livre também, o seu amor lhe pertence, mas não a sua vida.
A possibilidade de perder alguém que amamos é sempre real. Claro que não queremos, mas temos que trabalhar isso na nossa mente, em algum momento vamos perder alguém querido. E a vida vai continuar de um jeito ou de outro e somos nós que escolheremos como queremos viver, se chorando para o resto de nossos dias , ou aceitando o consolo e voltando para a corrida.

Ter a confiança como base de um relacionamento.

Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados. Tt 1:15

É assim que deve ser o relacionamento, acreditando sempre na pureza do outro, na sua honestidade, fazendo disso uma premissa, um ponto de partida. O ciumento é esta pessoa de que fala o versículo acima, pois desconfia de tudo e de todos e nada é puro aos seus olhos, mas na verdade sãos os seus olhos é que estão contaminados e não podem ver o que é real.

O profeta Zacarias  fala que as mentiras e o pensar mal do outros traz a ausência de paz para dentro de casa. Paulo diz que quem ama não suspeita mal, e mais, fala que não haja entre os filhos de Deus dissensões e invejas.

Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas. E nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ameis o juramento falso; porque todas estas são coisas que eu odeio, diz o SENHOR.(Zc 8:16,17)


Creio que não há que se falar em ser cristão se a relação conjugal tem como base a desconfiança.Acredito que o ciúme bem administrado tem o condão de proteger o relacionamento, mas não pode passar dos limites, pois aí é desconfiança, e sobre está base não se constrói relacionamentos.

Confiar que Deus guarda o seu cônjuge, se creres.

Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Sl 127:1

Uma pessoa pode tentar construir um bom relacionamento, mas é Deus quem vai confirmar ou não esse relacionamento, pode também, uma sentinela vigiar , mas é Deus quem guarda todas as coisas, a cidade e também as pessoas, incluindo aí esposas e maridos.
Penso o seguinte, vou estar observando as coisas que estão se sucedendo ao meu cônjuge, fazendo como Jesus disse: “orai e vigiai”, mas sabendo que o que os meus olhos vêm, nem sempre é verdadeiro, bem como, sabendo que não posso vigiar o meu cônjuge 24 horas por dia, primeiro porque não é necessário e não é justo, e segundo porque é impossível.
Gosto da história de Abraão e Sara no capitulo vinte de gênesis, onde ele tentou proteger-se e a sua mulher com uma mentira, mas fracassou e um rei acabou levando-a para si, mas quando pensava em transar com ela, Deus interveio e mandou que ele devolvesse aquela mulher ao seu marido porque era casada com um servo do Senhor. Será que você tem fé para crer ser possível isso? Ou será que a Bíblia é um livro de contos?
Afirmo que Deus guarda melhor, protege muito mais um cônjuge do que qualquer outro ser humano.

Contabilizar, o ciumento, todas as suas suspeitas que não deram em nada.

Isso deve ser feito pelo próprio ciumento. Caso queira pode até registrar os eventos. A todo instante ele pensa mal do outro, então, quando isso acontecer, ele deve escrever a desconfiança e esperar para ver no que vai dar, se a suspeita era fundada ou não, e irá descobrir que estava errado, não havia motivos para ter desconfiado. Isso servirá para apoiar pensamentos futuros e se arrepender de todos eles.

Entender que saúde relacional é uma necessidade humana.

Fomos criados por Deus como pessoas que precisam de relacionamentos com outros da espécie para poder viver. E como marido ou esposa faremos o nosso melhor para ser uma companhia agradável para o outro, mas por melhor que sejamos, não seremos todo suficiente, outros relacionamentos são necessários. Um ser humano precisa conviver, ou seja , viver junto de outras pessoas. Um cônjuge, por melhor intencionado que seja, não supre toda esta necessidade, as pessoas tem uma família de origem, pais e mães, têm amigos, tem um história, conheceram gente, e não se pode impedir isso por conta de um sentimento mesquinho e controlador.
Quando alguém é impedido de ter amizades, se relacionar com outras pessoas, ela adoece emocionalmente, e eu não consigo imaginar como é que pode alguém dizer que ama, mas impõe tal sofrimento ao amado, privando-o de viver.

Quando se vive debaixo de um ciúme doentio, aumenta-se a possibilidade do adultério:

O ciumento é aquele que de tanto sugerir que seu cônjuge o está traindo, ou na iminência de fazê-lo, que acaba contribuindo para o adultério. Isso é estatístico, é científico, quando se vive debaixo do jugo de um ciumento, tem-se aumentada a possibilidade de um adultério. E não é difícil encontrar as razões, primeiro porque faz do outro um oprimido, um prisioneiro, faz sugestões, indica pessoas, faz com que o outro passe a pensar no caso, e acima de tudo, faz do outro um mal amado que precisa buscar no amante(a) um pouco de refrigério.


Concluindo:

O ciumento excessivo precisa da ajuda Deus, tem que se encher do Espírito, visto que quando se está cheio de Deus se erra menos, agride menos, acusa menos, suspeita menos.

O cimento precisa da ajuda de um médico psiquiatra, com medicação se necessário for.

Se não aceitar ajuda, estará escolhendo o fim de um amor. Podem até continuar juntos, mas não por amor, por uma escolha livre.

E para o ciumento excessivo eu digo, você não tem um problema, você é o problema. E não precisa ficar bravo comigo, mas precisa procurar ajuda, para o seu bem e o bem de sua família. Continuar do jeito que está, é desejar o fim de um relacionamento ou uma infelicidade eterna. Pare de culpar as pessoas, seu cônjuge, pare de brigar com todo mundo, pare de olhar os outros como seus inimigos e rivais, e também de olhar seu cônjuge como alguém que não tem dignidade, que não merece sua confiança, pare já com estas agressões, pois de todas elas terás que comer do seu fruto.